segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Parque Paleontológico de São José de Itaboraí Parte II Final. Itaboraí RJ.

Quando o calcário terminou, em 1984, restou uma depressão de 70 metros, que foi progressivamente coberta com água da chuva e de veios subterrâneos, erguendo um grande lago. Seis anos depois, em 1990, a Prefeitura Municipal de Itaboraí declarou a área de utilidade pública, ocupando-se como espaço educacional (sede da Escola Técnica de Agronomia) e, posteriormente, como área de moradia para a população do município, que utilizava o lago como área de lazer.











Ainda de acordo com Castro & Machado (2009), logo após a desativação da atividade mineradora alguns pesquisadores tentaram encontrar uma forma de proteger esse sítio; único no estado do Rio de Janeiro. Porém, infelizmente, duas solicitações de tombamento ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foram canceladas na época.












Somente através de um processo de desapropriação, em 1995, nascia o Parque Paleontológico  de São José (PPSJ), eleito pela comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP), órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.











Em 2018, o PPSJ foi reclassificado segundo o Sistema Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), passando a ser denominado (PNMPSJI). Ficou estipulado ainda a criação de uma Unidade de Conservação da Natureza Municipal na categoria proteção integral dos bens naturais.












Com os principais objetivos de preservar e recuperar os ecossistemas naturais de grande relevância  ecológica e beleza da região; garantir a proteção da vegetação remanescente da Mata Atlântica das pesquisas científicas nos sítios arqueológicos, geológicos e paleontológicos. No PNMPSJI já forma descobertos fósseis de diversos mamíferos cenozoicos, gastrópodes, répteis e anfíbios, destacando-se o tatu mais antigo do mundo e o ancestral das emas. Ambos paleógeno, datados de cerca de 55 milhões de anos. Foram achados, também, fósseis de preguiça gigante e mastodonte, da Idade Pleistocênica (aproximadamente 20 mil anos).  Agradeço ao Mestre, Professor e Paleontólogo Luís Otávio pelas explicações e colaboração nessa postagem e materia. 

Fonte: www.ppsji.itaborai.rj.gov.br

domingo, 30 de outubro de 2022

Parque Paleontológico de São José de Itaboraí Parte I. Itaboraí RJ.

Em 1928, um fazendeiro achou pedaços de rocha que considerou interessantes. Levou para análise e descobriu que se tratava de calcário. Com isso, a área foi vendida para a Companhia Nacional de Cimento Portland Mauá, que aproveitou o material na construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e do Estádio Mário Filho (Maracanã). A fábrica foi visitada por grandes personalidades, incluindo alguns presidentes da república, sendo considerada uma das experiências nais bem-sucedidas de fabricação de cimento no país.






















De 1933 a 1984, a companhoa foi responsável pela ascensão do bairro de São José, financiando toda a infraestrutura do bairro (incluindo  estrada, energia elétrica, moradia, saúde e educação) e empregando a maior parte da população (CASTRO & MACHADO, 2009). A companhia comprou a Fazenda São josé (antiga Salvaterras) para a exploração mineral e, com essa atividade, logo se descobriram vestígios arqueológicos, evidenciando a presença do homem pré-histórico no local, e a presença de fósseis pré-históricos. (BERGQVIST at al., 2006, p. 13).















Fóssil de Preguiça Gigante.








A localização da antiga propriedade da companhia é onde se situa, hoje, o Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí. Com o tempo, as escavações para a retirada de material tornaram-se muito profundas e atingiram um lençol freático, ao passo que o custo alto para drenar o lençol freático e a descoberta de camadas de calcário com melhor teor de cálcio tornou inviável a continuação da exploração mineira na área (CASTRO&MACHADO, 2009).

Fonte: www.ppsji.itaborai.rj.gov.br/historico/