A exposição cujo título foi inspirado na poesia de Manuel de Barros: "O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transver o mundo", apresenta três artistas que utlizaram muita imaginação para vencer barreiras e preconceitos.
Utilizando técnicas e materiais diferentes, esses artistas caminham paralelamente e estão interligados pelos olhares e histórias de vidas que se unem na luta pela visibilidade e reconhecimento artístico.
Marcelo da Conceição nascido em Niterói, no bairro Caramujo em 1966, trabalhou como carregador nas feiras, foi pedreiro, vendedor ambulante e "garimpeiro urbano", como ele mesmo define um de seus ofícios.
Suas esculturas e objetos confeccionados com materiais descartados, são extremamente complexas na busca do equilíbrio e, a um só tempo, revela precariedades a fragilidade tão vivenciadas em seu cotidiano pelas ruas da cidade.
Josemias Moreira Filho é niteroiense nascido e criado no Morro do Palácio, ainda criança perdeu a visão do olho esquerdo ao se acidentar com uma vara de cafifa "pipa", se inscreveu em um projeto educativo do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) e descobriu o universo da fotografia.
Driblou barreiras e preconceitos tornando-se artista visual. Suas fotos revelam a beleza de pessoas e de territórios, tantas vezes discriminados, e fazem uma ponte entre a comunidade e o mundo. Rafael Matos, sem local e data de nascimento conhecido, tem seu atelier localizado no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, Niterói, onde é paciente.
Fonte: Museu Janete Costa
curador: Jorge Mendes